BEM VINDOS

Muitas vezes não conseguimos compartilhar com as pessoas que nos são caras, todas coisas que vemos,
sentimos ou recebemos.São pedaços de vida e sentimentos recolhidos aqui e ali.
Este Blog não tem outras pretensões, senão partilhar textos, mensagens, músicas e poemas com quem acessá-lo.
São meus, são seus e de todos dispostos a partilhá-los.Sinta-se à vontade se quiser comentar, a casa é sua.
Luz e Paz Profunda! Eliana Maria

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terça-feira, outubro 17, 2006


A LEI DO ZECA PAGODINHO
Diz uma história que numa cidade apareceu um circo, e que entre seus artistas havia um palhaço com o poder de divertir,
sem medida, todas as pessoas da platéia e o riso era tão bom, tão profundo e natural que se tornou terapêutico.
Todos os que padeciam de tristezas agudas ou crônicas eram indicados pelo médico do lugar para que assistissem
ao tal artista que possuía o dom de eliminar angústias.

Um dia porém um morador desconhecido, tomado de profunda depressão, procurou o doutor.
O médico então, sem relutar, indicou o circo como o lugar de cura de todos os males daquela natureza,
de abrandamento de todas as dores da alma, de iluminação de todos os cantos escuros do nosso jeito perdido de ser.
O homem nada disse, levantou-se, caminhou em direção à porta e quando já estava saindo, virou-se,
olhou o médico nos olhos e sentenciou: "não posso procurar o circo... aí está o meu problema: eu sou o palhaço!"

Como professor vejo que, às vezes, sou esse palhaço, alguém que trabalhou
para construir os outros e não vê resultado muito claro daquilo que faz.

Tenho a impressão que ensino no vazio (e sei que não estou só nesse sentimento) porque depois de formados
meus ex-alunos parecem que se acostumam rapidamente com aquele mundo de iniqüidades que combatíamos juntos.
Parece que quando meus meninos(as) caem no mercado de trabalho a única coisa que importa
é quanto cada um vai lucrar, não importando quem vai pagar essa conta e nem se alguém vai ser lesado nesse processo.
Aprenderam rindo, mas não querem passar o riso à frente e nem se comovem com o choro alheio.

Digo isso, até em tom de desabafo, porque vejo que cada dia mais meus alunos se gabam de desonestidades.
Os que passam os outros para trás são heróis e os que protestam são otários, idiotas ou excluídos,
é uma total inversão dos valores. Vejo que alguns professores partilham das mesmas idéias
e as defendem em sala de aula e na sala de professores e se vangloriam disso.

Essa idéia vem me assustando cada vez mais, desde que repreendi, numa conversa com alunos,
o comportamento do cantor Zeca Pagodinho, no episódio da guerra das cervejas
e quase todos disseram que o cantor estava certo, tontos foram os que confiaram nele.
"O importante professor é que o cara embolsou milhões", disse-me um;
outro: "daqui a pouco ninguém lembra mais, no Brasil é assim, e ele vai continuar sendo o Zeca, só que um pouco mais rico", todos se entreolharam e riram, só eu, bobo que sou, fiquei sem graça.

O pior é quando a gente se dá conta que no Brasil é assim mesmo, o que vale é a lei de Gérson:
"o importante é levar vantagem em tudo". (Lei de Gerson... dá para rir...)
A pergunta é: É possível, pela lógica, que todo mundo ganhe?
Para alguém ganhar é óbvio que alguém tem de perder.

A lógica é guardar o troco a mais recebido no caixa do supermercado;
é enrolar a aula fingindo que a matéria está sendo dada;
é fingir que a apostila está aberta na matéria dada, mas usá-la como apoio
enquanto se joga forca, batalha naval ou jogo da velha;
é cortar a fila do cinema ou da entrada do show;
é dizer que leu o livro, quando ficou só no resumo ou na conversa com quem leu;
é marcar só o gabarito na prova em branco, copiado do vizinho, alegando que fez as contas de cabeça;
é comprar na feira uma dúzia de quinze laranjas;
é bater num carro parado e sair rápido antes que alguém perceba;
é brigar para baixar o preço mínimo das refeições nos restaurantes universitários,
para sobrar mais dinheiro para a cerveja da tarde;
é arrancar as páginas ou escrever nos livros das bibliotecas públicas;
é arrancar placas de trânsito e colocá-las de enfeite noquarto;
é trocar o voto por empregos, pares de sapato ou cestas básicas;
é fraudar propaganda política mostrando realizações que nunca foram feitas.

É a lógica da perpetuação da burrice.
Quando um país perde, todo mundo perde.
E não adianta pensar que logo bateremos no fundo do poço, porque o poço não tem fundo.
Parafraseando Schopenhauer: "Não há nada tão desgraçado na vida da gente que ainda não possa ficar pior".

Se os desonestos brasileiros voassem, nós nunca veríamos o sol.
Felizmente há os descontentes, os lutadores, os sonhadores, os que querem manter o sol aceso, brilhando e no alto.

A luz é e sempre foi a metáfora da inteligência.
No entanto, de nada adianta o conhecimento sem o caráter.

Que nas escolas seja tão importante ensinar Literatura, Matemática ou História quanto
decência, senso de coletividade, coleguismo e respeito por si e pelos outros.

Acho que o mundo (e, sobretudo, o Brasil) precisa mais de
gente honesta do que de literatos, historiadores ou matemáticos.

Ou o Brasil encontra e defende esses valores e abomina Zecas, Gérsons, Dudas
e todos os marketeiros que chamam desonestidades flagrantes, de espertezas técnicas,
ou o Brasil passa de país do futuro para país do só furo.

De um Presidente da República espera-se mais do que choro e condecoração a garis honestos,
esperam-se honestidade em forma de trabalho e transparência.
De professores, espera-se mais que discurso de bons modos,
espera-se que mereçam o salário que ganham (pouco ou muito) agindo como quem é honesto.

A honestidade não precisa de propaganda, nem de homenagens, precisa de exemplos.
Quem plantar joio, jamais colherá trigo.

Quando reflexões assim são feitas cada um de nós se sente o palhaço perdido no palco das ilusões.
A gente se sente vendendo o que não pode viver, não porque não mereça, mas porque não há ambiente para isso.

Quando seria de se esperar uma vaia coletiva pelo tombo, pelo golpe dado na decência,
na coerência, na credibilidade, no senso de respeito, vemos a população em coro delirante gritando "bis" e,
como todos sabemos, um bis não se despreza. Então, uma pirueta, duas piruetas, bravo ! bravo !
E vamos todos rindo e afinando o coro do: "se eu livrar a minha cara o resto que se dane".

Enquanto isso o Brasil de irmã Dulce, de Manuel Bandeira, do Betinho, de Clarice Lispector,
de Chiquinha Gonzaga e de muitos outros heróis anônimos que diminuíram a dor desse País com a sua obra,
levanta-se, caminha em silêncio até a porta, vira-se e diz:
"Esse é o problema, eu sou o palhaço!?"

(Nailor Marques Junior é professor universitário e autor de diversos livros na área de educação ).

sexta-feira, outubro 06, 2006


A Lei da Compensação.
A melhor maneira de medir o caráter de um Ser Humano é observar como ele trata outro Ser Humano que não tem nada de valor a agregar para ele.


Bizrevolution by Ricardo Jordão Magalhães
Querida(o) Amiga(o),
"O FMI acaba de anunciar que o Brasil se tornou a sétima maior economia do planeta, deixando para trás a Alemanha, a França e a Inglaterra, tendo a frente apenas os EUA, China, Índia, México, Rússia e Japão". O Ano é 2040. Quem lê a notícia é Sofia Bernardes, jornalista âncora do e-Jornal Nacional, filhote da fusão entre a Rede Globo e o YouTube em 2017, filhota do casamento entre Fátima Bernardes e William Bonner, aposentados em 2025. Brasil sétimo país mais rico do mundo??? Essa é a mais recente previsão do FMI e Goldman Sachs para o futuro econômico do Brasil no ano de 2 040. Dá para chegar lá? Sim! Se e somente se, o Brasil crescer 9% ao ano durante cinco anos a partir de 2007; se e somente se, 100% dos lares brasileiros tiver acesso a esgotamento sanitário e água potável em 2010; se e somente se, 80% do Brasil tiver estradas decentes em 2008; se e somente se, o Brasil tiver 90% da sua população de crianças até 10 anos de idade na escola até 2012; se e somente se, a máquina do estado não for maior do que 5% do PIB em 2014; se e somente se, a soma das exportações brasileiras forem superiores a 200 bilhões de dólares ao ano até 2017; se e somente se, 60% dos brasileiros tiverem acesso a internet até 2010; se e somente se, o brasileiro formar dez vezes mais empreendedores, engenheiros, médicos, professores, advogados, cientistas e filósofos de todos os tipos até 2015; se e somente se, 70% dos brasileiros tratarem o consumo de água, energia e natureza com mais reserva e consciência até 2012; se e somente se, brasileiros gigantes por nat ureza e diversos por pensamento, desenvolverem 5 mil horas de debates sobre as possíveis convencionais e não-convencionais maneiras de prosperar sem deixar ninguém para trás até o ano de 2009; se e somente se, desprendidos de partidos políticos e teorias comportamentais, dotados de bom senso e vontade de conhecer o colega do lado, aplicar a lei da compensação na sua Vida até o final do dia de HOJE. Se essas metas não forem batidas, vamos levar quarenta anos em cima de quarenta anos para chegar lá; ou o que é pior, vamos chegar em um lugar completamente diferente no meio do caminho. Se não houver esgotamento sanitário e água potável, não haverá criança saudável na escola; se não houver exportação, não haverá mercado interno suficiente para abraçar um povo que precisa de trabalho agora; se não houver estradas de logística, o engenheiro recém formado será vendedor de carro (nada contra), o médico graduado será fazedor de suco (todo trabalho é nobre) e o professo r récem magistrado irá ensinar aos clientes como comprar planos de saúde no telemarketing mais próximo da sua casa (o quê não vale é analfabetismo funcional). A nação, o estado, a cidade e a sua empresa precisam de você mais do que nunca. "Mais ainda???? Eu já trabalho por três! O quê eu vou ganhar em troca?" O que você realmente quer ganhar em troca? Peça. Mas cuidado, você vai acabar conseguindo. Você vai acabar conseguindo aquele apartamento bacana, e vai ter que trabalhar dobrado para mantê-lo; você vai acabar conseguindo aquele carro importado, e vai ter que ralar a cuca para pagar o IPVA do ano que vem; você vai acabar conseguindo aquele trabalho desafiador naquela multinacional nota 10 onde você terá que viajar para fora do país duas vezes por ano, ficar longe da família dos amigos dos esportes e perto de reuniões cansativas e intermináveis sobre revisão de orçamento e cabeças. Peça, você vai acabar conseguindo, namorar ou casar com a garota ma is bonita da escola, que por acaso é a mais exigente, a mais carente e a mais ambiciosa. Peça, você vai acabar conseguindo se tornar o empresário que você sonha em ser, dono do seu próprio negócio, dono do seu próprio nariz, sem chefes, sem cobranças, cheio de impostos para pagar, famílias para cuidar (além da sua), justiça do trabalho para responder, fluxo de caixa para controlar. "Eu não aprovo o paternalismo. Você tem razão quando diz que a era de esperar por alguém que nos diga o que fazer acabou. Mas eu também não quero viver em um mundo ultra competitivo, cheio de cobranças por excelência, qualidade, eficiência e eficácia. Eu não aprovo Salvadores da Pátria mas também não aprovo os Senhores da Eficiência. Não existe um meio termo?" Se existe um meio termo???? Sim, existe, há tempos: "Clodovil, qual será a primeira coisa que fará em Brasília?", "Quero ser apresentado à minha sala, à minha mesa." Principais projetos? "Não tenho projetos. Não nasci lá dent ro, vou ter de aprender tudo." Ele já foi estilista, apresentador de TV, fez musical; agora, Clodovil Hernandez, 70 anos, foi um dos deputados federais mais votados na semana passada, mais de 300 mil votos. Meio termo???? NÃO EXISTE MEIO TERMO PARA QUEM PODE SER A SÉTIMA NAÇÃO DO PLANETA. O Brasil é muito mais do que um país. Nós somos um imenso e único continente americano, oriental, europeu, árabe, asiático, indígena e africano. Você e eu temos colegas que acreditam na cultura americana do Trabalho Crescimento Progresso Avanço Mudanças Conflito Caos Coragem Compromisso Excelência Otimismo Confiança Amor Próprio; que bate cabeça com os colegas que acreditam na cultura oriental do Equilíbrio Honra Meditação Arte Natureza Colaboração Serenidade; que bate cabeça com os colegas que acreditam na cultura européia da Diversidade Inquietude Interrogação Imaginação; que bate cabeça com os colegas que acreditam na cultura africana dos Rituais, Música, Multimidia, Mist icismo; que bate cabeça com os colegas que acreditam na cultura indígena da valorização da Raiz, Equipe e Universo; que bate cabeça com os colegas que acreditam na cultura brasileira, que no final do dia, é uma cópia mais ou menos mal feita ou bem feita de todas essas. QUAL É A SUA CULTURA? O quanto você está interessado em se relacionar e se misturar com a cultura dos outros? Eu não vejo um mundo dividido entre o paternalismo e a eficiência. Eu vejo um mundo dividido entre pessoas medíocres que não querem compensar o mundo por aquilo que tem, e Seres Humanos grandiosos que fazem questão de compensar o mundo por aquilo que são. Onde você vê os "Senhores da Eficiência", eu vejo os "Senhores da Diferença". Onde você vê pessoas trabalhando por dinheiro, eu vejo Seres Humanos que enxergam em seu trabalho uma maneira de influenciar o mundo, mudar o presente, alterar o futuro HOJE. Quando pequeno, a compensação por um ano inteiro de boas notas e bom comport amento vinha em dezembro, dizia a família, na forma de presentes, trazido pelo Papai Noel. Hoje, eu vejo que não é nada disso. Todos os contatos, todos os olhares e toques, todas as ações e decisões tem um compensação imediata em si mesmo. A compensação está em fazer. Ser parte da geração da construção. Viver o furacão. Ver o circo pegar fogo. Participar da brigada de incêndio. Pegar o bastão, passar o bastão. Escrever, mesmo que alguém não goste, não leia, não compre. MUITO OBRIGADO ao visível e ao invisível, por me fazer ver e sentir, a Lei da Compensação.
NADA MENOS QUE ISSO INTERESSA. QUEBRA TUDO!!!
Foi para isso que eu vim! E Você?
Ricardo Jordão Magalhães
Brigadeiro Incendiário
E-Mail e Messenger: ricardom@bizrevolution.com.br
www.bizrevolution.com.br